Esse verso retido
se escora na parte viva das palavras,
não alça voo longo
sozinho.
meu ser, repetido,
pertence ao organismo
dos verbos e afirmações
resvala porém o silêncio veloz
das pálpebras.
Inebria-se do vento
– que não é palavra –
sempre me lembra em si.
transforma meu peito em aço,
olhos em vidro,
vísceras de matéria nobre,
alta divindade.
pode ser que apenas goteje
um murmúrio inaudito,
mas sinto o grito rompido
tantas vezes lento
que se ergue por respiros inumanos,
no brilho sanguinário
e violento
de inteira vontade
e virtude
desencarnadas
aqui dentro
como palavra.
faço mil perguntas
quando sinto
o conforto
bom desse calor
vagar em mim.
quarta-feira, 20 de junho de 2012
terça-feira, 24 de abril de 2012
La razón
Nada vence,
mãe da máquina humana,
apenas a roupa embebida do corpo do pai: obediente.
Revigora sua inadequação quando sente.
essa máquina de dissecar debulha o mundo de seus filhos conquistados,
faz sentir na pele o frio corte indecente do inumano
em incêndios de renome
- renascimentos
muros movediços que estancam
todos os rios
em hordas de fumo
para cercar o outro
e seu sangue.
mãe da máquina humana,
apenas a roupa embebida do corpo do pai: obediente.
Revigora sua inadequação quando sente.
essa máquina de dissecar debulha o mundo de seus filhos conquistados,
faz sentir na pele o frio corte indecente do inumano
em incêndios de renome
- renascimentos
muros movediços que estancam
todos os rios
em hordas de fumo
para cercar o outro
e seu sangue.
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