terça-feira, 25 de outubro de 2016

não vou enlouquecer

se é o que querem,
que me dispa de toda razão
e me iguale, não haverá êxito.
meu ar é maior que o fôlego
sobrehumano
de um pai,
meu sangue,
vertiginoso
em tantos cálices,
nem me faz saber a quem
atribuir aquele beijo,
ou aquela saudade,
o vazio que céu algum é capaz de esgotar,
meu grito
vale os semblantes cansados
que vejo todos os dias no caminho,
nos olhares desse passar..
grande ausência,
amiga
assídua,
diz, para que os ouvidos não pereçam:

"sou tua mãe e tua mulher,
sou tua filha
e tua incessante descendência,
vivo no teu útero,
venho de ti e viverei
muito além de teu viver,
sou tua força
quando quedas
na emboscada
o que te levanta,
teu espírito,
teu maior desejo".

Da guerra jamais
retirarão
minha alma,
cada lança dessa madeira-de-lei
tem destino certo,
enlouquecer
desse senso comum,
das justaposições da realidade,
das fraturas abertas,
do magma que escorre
na pele e nos campos,
nos olhos, o sol que arde
em nós,
os caminhos abertos
mostram que o amanhã
não tarda.

não nos perderemos em meio aos sentidos,
a brisa,
o toque macio do amor,
o verbo de sentinela e zelo;
em meio a dor,
minhas
estrelas-guia

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