faço fotografias de anseios,
enxergo iridescências,
renques de velas
queimando abraçadas
aos ventos mais fortes,
esse ar que tira do fôlego
minhas vísceras,
minhas pálpebras,
os humores,
da minha morte,
é o instante digestivo
da vida;
retrato do tempo
corrido e seus desertos de fome,
flores de resquícios,
brilhos na água
de sóis e sins,
estrelas,
e ventres.
me vejo andando calado,
tímido frente ao tamanho
de silêncios enormes,
por onde pinto meus nomes
- e teus olhos -
de sangue e ócios,
delírios e buquês
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